Entrevista com Ricardo Freitas

Ricardo Freitas é enfermeiro e gerente de unidade do Centro de Atenção Psicossocial de Mata de São João, integra a equipe desde março de 2018. Confira a baixo entrevista abordando o novembro azul.

1- Existe possibilidade de estourar o caroço da próstata que ta crescido?

            Existe. Corre esse risco e é perigoso até, o correto é procurar logo o médico para fazer uso de medicação ou então a retirada cirúrgica. Mas o risco é se crescer muito, porque quando cresce assim, significa que já tem bastante tempo. Normalmente homem que faz todo ano o acompanhamento o risco é reduzido.

2- O câncer de próstata apresenta sintomas?

            Normalmente não e é o grande risco. Quando vem acontecer o sintoma, é por que está em nível avançado da doença, podem vir a surgir dificuldades em urinar, ao sentar sentir um incômodo, então ele já está bem avançado, Geralmente os primeiros anos ele não da nenhum sintoma, por isso se faz importante a prevenção, fazer o exame (PSA) e o toque.

3- Quais as opções de tratamento disponíveis hoje.

            Hoje a gente tem a opção de cirurgia, quimioterapia e radioterapia quando necessário. Basicamente esses os tratamentos, e pode se fazer os dois juntos também. Tira a parte grande na cirurgia e depois faz a quimioterapia e/ou radioterapia.

- No caso a quimioterapia é para fazer com que ele diminua o tamanho?

            Sim e que mate aquelas células cancerígenas. A maior intenção é que mate aquelas células para que elas não cresçam e atinja outros locais. Ai dependendo do tamanho tira antes ou faz a quimioterapia, reduz o tamanho se caso esteja muito grande e depois faz a retirada

4- qual é a finalidade da hormonioterapia?

            Fazer a redução dele em relação à célula cancerígena e em paralelo a outros tratamentos. Nunca um tratamento isolado, principalmente hormonal.

5- Quais são os riscos e benefícios de cada um desses tratamentos?

            O risco da quimioterapia é enquanto a imunidade do corpo, porque é uma medicação muito forte e tira a imunidade, então você pode pegar um resfriado e passar mal, ficar internado ou até mesmo algumas pessoas chegam à morte porque a imunidade está bem reduzida, tem que ter todo cuidado em relação a isso, mas o custo beneficio é importante, se não fizer pode morrer ainda mais rápido em relação ao câncer e a cirurgia o risco é que toda cirurgia tem, quando você abre um paciente e faz um procedimento invasivo, corre risco a infecção ou a morte, mas é bem reduzido. Agora a quimioterapia é maior porque deixa a imunidade bem abalada mesmo.

-e a radioterapia?

Também, ela é menos, mas porque ela faz no local, mas assim mesmo deixa o paciente com sequelas e também imunidade baixa.

6- Quando deve começar o tratamento?

            Quando o médico percebe uma alteração que justifique o tratamento. É por isso que a gente sempre fala de prevenção, nunca tratamento. Tratar é sempre pior que prevenir, então fez quarenta anos com histórico em família, procura um médico, não tem histórico em família, a partir dos 45 anos.  Todo ano, o certo é ir lá fazer o exame de sangue e o toque retal.

7- Quais possibilidades de acontecer impotência ou contingência urinária?

            A possibilidade é quando esse tumor cresce muito, mas fora isso não.

8- De que forma o tratamento afetará as atividades do dia a dia?

            Quimioterapia como a pessoa fica com aquela imunidade afetada, não vai poder sair muito e quando sair, utilizar aquelas máscaras vírus e bactéria fora é sempre perigoso, visita em casa é sempre perigoso nesse principio, mas depois é vida normal, quando passa uns 15 dias, a imunidade volta ficar bem e ai a alimentação faz muita parte nisso, porque você tem que se alimentar bem para aumentar a imunidade e sobre a cirurgia você passa 30 a 40 dias em observação usando sonda normalmente para ver como vai sair essa urina, caso tenha afetado a bexiga ou alguma parte importante, não sendo, pós operatório é pós 30 a 40 dias é vida normal que segue.

- Como é a alimentação da pessoa que se submete a um tratamento?

            Vida saudável e ai a alimentação também, quando você come gordura ou fritura isso tudo prejudica também, se abster de bebida, fumo e de comidas que não são saudáveis. Quanto mais o corpo bem alimentado melhor a imunidade ele vai ter para combater essas células cancerígenas.

9- Existe chance de ficar estéril?

            Existe. É pouco comum, provável, mas existe essa chance, dependendo até inclusive do tamanho e da lesão que tenha feito, pode migrar e pode acontecer, mas é raro.

-E a hereditariedade?

            No caso, seu pai já tem a célula cancerígena, você terá uma possibilidade maior em desenvolver a doença.

10- O  que se esperar do tratamento? Cura ou estabilidade da doença?

            As duas coisas. Dependem de quanto tempo tem que a gente descobriu a doença, sendo no inicio, pode tratar e ter a cura, se já conseguiu ver, ai pode estagnar a doença, mas talvez a cura não tenha mais, mas vive-se bem também desde que você mantenha o tratamento.

11- Quais são os possíveis efeitos desses tratamentos, tanto em curto como a longo prazo?

            Na quimiotetarapia como falei o principal é a imunidade que pode ficar baixa e o corpo fica acessível a ter varias outras doenças, o cirúrgico não tem trauma em relação a isso, a não ser que tem há uma falha médica, mas fora isso é bem tranqüilo o pós operatório, depois a pessoa vive uma vida normal, agora a questão medicamentosa é que pode deixar seqüelas, queda de cabelo, fraqueza, náusea, vomito, falta de apetite, isso pode acontecer a cada vez que você faz uso da quimioterapia.

12- Existe risco de um trauma psicológico  ao descobrir a doença?

            Sim, qualquer câncer na verdade, por ser uma doença bem complicada, normalmente, muitos casos leva a morte, então a pessoa fica bem sentida e isso pode atrapalhar no tratamento também, uma pessoa que já é depressiva, por exemplo, a tristeza em si faz com que aquelas células se reproduzam velozmente acometendo um prejuízo bem grande. Então a mente é o grande centro, você estando bem emocionalmente, apoio de família e amigos isso ajuda a ter uns 50% do tratamento.