quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Entrevista com Daniella Soares em homenagem ao dia do Psicólogo


Psicóloga formada pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Daniella atua no CAPS há sete anos, tem Especialização em Saúde Mental Coletiva pela Faculdade Ruy Barbosa, Atenção Integral ao Consumo e aos Consumidores de Substâncias Psicoativas pelo CETAD/UFBA, e atualmente cursa MBA em Psicologia Organizacional e Gestão Estratégica de Recursos Humanos pela PSICOPED.

Como você escolheu a profissão?

Quando eu cursava o terceiro ano do ensino médio, existia uma matéria chamada SOE (Serviço de Orientação ao Educacional) que era realizada por uma psicóloga, tia Lila. Eu me identifiquei muito com a prática, a forma como ela conduzia as abordagens, identificava as situações que poderia intervir no contexto educacional e aí eu busquei saber quais eram os campos de atuação do psicólogo, foi quando defini que faria Psicologia e no ano seguinte eu prestei o vestibular.

Como você vê o papel do psicólogo na sua prática atual?

Como estou inserida em um serviço de saúde mental, percebo que tem algo que pode ser melhorado, no sentido da aceitação, na busca desse tipo de serviço. Na verdade, existe uma mistificação em relação à busca pelo atendimento com o psicólogo, uma vez que as pessoas associam psicólogo e psiquiatra a quem tem algum tipo de transtorno mental. Assim, está inserida em um serviço que tem esse foco, que é o cuidado a pessoas portadoras de transtorno mental, a gente precisa vencer a barreira imposta pelo preconceito. No entanto, esses quase oito anos de atuação no CAPS de Mata de São João, percebo que tenho conseguido atingir os meus objetivos, que é prestar um atendimento de qualidade, isto é, através do retorno, feedback positivo das pessoas com as quais eu tenho um contato diário.

Quais as dificuldades atuais encontradas na sua prática?

Na verdade, é vencer essa resistência que as pessoas têm de procurar um profissional de psicologia, entender que a psicoterapia e/ou a escuta psicológica é um instrumento de autoconhecimento, que é possível, através dessa ferramenta, desenvolver/criar estratégias para situações de dificuldades.

Você recomendaria o curso?

Sim, baseado no fato de me identificar com o que eu faço. Cada um tem que verificar quais são as motivações próprias para escolher algum curso, se ela achar que tem o perfil para atuar como psicólogo, claro que o campo de atuação é muito vasto, a gente tem área clínica, organizacional, saúde, dentre outras. Então, após conhecer, é possível ingressar via processo seletivo, ENEM, vestibular... Vale lembrar que o curso são 5 anos. Assim, precisa sobretudo se identificar e procurar saber o que o psicólogo faz, conhecer o curso como um todo, as matérias, os estágios e o que ele vai se deparar na formação.

Quais os desejos futuros em relação à profissão?

Que tenhamos a possibilidade de estarmos inseridos em outros espaços, para além dos mais comuns, hospitalar, educação, organizações... Que a Psicologia possa ter reconhecimento, assim como já conseguimos por meio de atuação sedimentada, sobretudo na clínica. Vejo que é um profissional cuja importância tem se destacado principalmente em serviços onde o público alvo são pessoas em situação de vulnerabilidade social e violação de direitos, como os CRAS e CREAS.

Como você vê Daniella Soares sendo psicóloga?

Uma pessoa realizada. É fato que ainda tenho muito que aprender, bem como buscar agregar em relação a competências técnicas e comportamentais.


Deixe uma mensagem para todos os interessados na área?

Procure conhecer sobre o curso, esse é o pontapé. Assim, procure informações sobre a faculdade, as disciplinas, as áreas de atuação, conversar com profissionais que estejam na área a qual se identifica; uma forma de verificar se é isso que realmente esteja buscando. Em segundo momento, atualize-se. Não tem como ficar somente com o que se aprende na faculdade, ou seja, os conteúdos da graduação devem funcionar como gatilho, para disparar nossa automotivação e dessa forma, estimular a busca por conhecimento. Entender que a gente vai lidar com o humano, esse é o nosso público. Dessa forma, precisamos respeitar as diferenças, as especificidades de cada indivíduo.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Entrevista com Andréa Paes e Odelicia Araujo (Técnicas de enfermagem do CAPS)

Andréa Paes e Odelicia Araujo (Técnicas de enfermagem do CAPS)

Por quantas pessoas é formada a equipe da farmácia e qual o papel de cada uma delas?

Três pessoas, o enfermeiro que é Eduardo Nascimento, uma das atribuições dele direcionadas quanto à Farmácia do CAPS é fazer pedido e controle das medicações, ele é o responsável pela farmácia. Nós as técnicas Andrea Paes e Odelicia Araujo,  fazemos a liberação e administração das medicações.

 Qual deve ser o comportamento da equipe no atendimento a um paciente em crise?

De acordo, ao meu tempo de serviço (Andrea), temos que cuidar do paciente como um todo, para que ele não venha a se machucar e colocar a vida dele e nem as dos outros em risco, então temos que cuidar dele.

Como é o processo de controle de saída de medicação?

Fazemos as liberações, anotações no livro onde o paciente ou familiar que venha buscar a medicação assina. Toda medicação que entra nós damos baixa em um livro e a que sai em outro.

 O que você acha, mais difícil no trabalho na farmácia?

A falta de material, a gente trabalha com o que tem, damos o nosso sangue e assim, a gente precisa de algo, mais apoio, a estrutura física que está sendo construída.

Como é para você fazer parte desta equipe de saúde mental?


Para mim é ótimo, estou aqui (Andrea) há 10 anos, e assim é um serviço que eu gosto, estamos cuidando de pessoas, é maravilhoso estar aqui, eu (Odelicia) também gosto de estar aqui, fiz meu estágio aqui e depois voltei para trabalhar aqui e foi uma área que me identifiquei.


terça-feira, 15 de agosto de 2017

Lançamento do Blog

Equipe do CAPS junto aos usuários.

Em clima de alegria e contentamento, o CAPS de Mata de São João realizou no múltimo dia 31/07/2017, o lançamento do seu blog criado pelos usuários na Câmara de Vereadores, contando com a participação dos usuários da unidade junto ao Colégio Getulio Vargas. Foi uma manhã agradável com a participação da secretaria de saúde Tatiane Rebouças, que na sua fala mostrou-se contente com a iniciativa e dos vereadores que incentivaram o novo projeto oferecendo total apoio.
Em sua programação o evento contou com a abertura do enfermeiro Eduardo Nascimento apresentando a proposta do Blog, seguindo por Vera Lúcia que trouxe “A cultura e sua importância na vida do ser humano”, contando também com participação de Telma Chaves que fez uma explanação sobre a influência da tecnologia em nossa vida e Anderson Alves, estagiário e estudante de psicologia, abordando “Processo criativo e Saúde Mental: As potencialidades dos usuários do CAPS” e encerrando o evento, o usuário Otavio Rodrigo apresentou suas obras e falou sobre suas inspirações e trajetória de vida.
O blog pretende ser um canal de comunicação de maior acessibilidade entre as atividades do CAPS e a sociedade.


Vera Lúcia e Eduardo Nascimento.

Anderson Alves

Equipe do Blog junto a Karla Gisele (Coordenadora do CAPS), Fernanda Nunes (Terapeuta Ocupacional), Carline Vieira (Oficineira), Daniella Barbosa (Psicologa), Odelicia Araujo (Técnica de enfermagem) e os usuários Renato e Sandro.

Equipe do blog junto a Carline Vieira 

Tatiane Rebouças

Otávio Rodrigo



Oficina de Horta e Jardinagem


A oficina de horta e jardinagem acontece todas as terças-feiras, com o propósito de despertar o interesse e cuidados a respeito do meio ambiente em paralelo com a sua saúde, assim eles mantém uma relação com a terra e o meio que vem a favorecer no seu tratamento. Eles desenvolvem atividades de manutenção, como: plantio, capina e colheita assim como a conservação do jardim. Veja alguns registros da oficina a baixo:













ATITUDE por Vera Lúcia

É chuva.

O meio Ambiente chora.

Lamenta suas dores de alma.

Seja agora, seja num passado distante, já se ouvia falar em PRESERVAÇÃO. Mas, o que parece é que nada entendemos. Cada dia que passa os desastres ambientais e também humanos tem sido cada vez mais assustador. Ouve-se sempre ou mesmo mote: É preciso PRESERVAR. Mas atitude que é boa, nenhuma.
A cada desastre, abre-se um leque de possibilidades. Que o diga o desastre da cidade de Mariana no ano passado, porém o que fica mesmo na memória curta do brasileiro, são lembranças que rápido se apagam e se fica como que esperando a próxima... E, ao sinal de menor chuva e de mais um lamento do meio ambiente, são enchentes, desabrigados, mortes... Destruição total. Vem o sol e tudo novamente recomeça. O que parece é que o ser humano, principalmente o brasileiro tem uma grande capacidade de superação, afinal, como renascer das cinzas da destruição, nós sabemos bravamente e solidariamente. Já como compreender que precisamos é EVITAR o desastre para não precisar superá-lo, é que está difícil.
Luiz Gonzaga, em sua música XOTE ECOLÓGICO, já cantava: “não posso respirar, não posso mais nadar, a terra está morrendo não dá mais pra plantar...” Desde muito antes dela, a poluição já vinha desencadeando vários desastres ambientais, ao passo que os governos cruzam os braços às políticas públicas de preservação. Por sua vez, a sua sociedade não coopera e só descruza os braços, também para contribuir erroneamente com esta poluição.

Portanto, deixo aqui alguns questionamentos:

-Até quando vamos ficar esperando que o milagre venha do céu?

-Até quando vamos fechar os olhos para nossa contribuição na melhoria do meio em  que vivemos?

-Até quando vamos deixar para amanhã?

-Até quando vamos esperar para perceber que o planeta é nossa casa comum e que precisamos todos cuidar dela?


Que façamos cada um a nossa parte, na prática, onde quer que estejamos, e, quem sabe assim encontraremos a simples resposta para todas as questões: ATITUDE.

Entrevista com Aline Fernandes – Sub Coordenadora, Assistente Social e coordenadora da horta.

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Equipe do blog junto a coordenadora da horta com os usuários. (A direita: Eduardo (Guarda), José Roque (Roquinho), Domingos, Aline Fernandes (coordenadora da horta), Sandro,  Renato, José Perreira, José Lemos, Vera Lúcia e Otávio Rodrigo (OscoDrigo83).

       Aline como surgiu a idéia da oficina de horta?

Quando eu cheguei aqui 5 anos atrás, eu já encontrei a oficina, quem fazia a coordenação da atividade era outra profissional, assim já encontrei a idéia pronta, sendo executada e é uma atividade que acontece com os usuários em parceria com a SEAGRI (Secretária de Agricultura), vem um técnico uma vez por semana, para  nos ajudar tecnicamente, pois sou Assistente Social, porém precisamos de um manejo técnico.

Qual o objetivo desta oficina?

Eu gosto de salientar do objetivo o cuidado, a gente começa a cuidar da plantinha e passa a ter noção do que ela precisa e eu faço essa analogia da plantinha com o ser humano, à medida que a vamos cuidando dela, ela vai florescendo e assim mesmo é a pessoa, quando começa a cuidar passa a observar que aquela pessoa que chegou aqui adoecida está tendo uma melhora e eu sempre faço essa comparação com ele sobre o cuidado.

Depois de colhido para onde vai o que for produzido?

   
Há um tempo se distribuía entre os pacientes mesmo e com quem fazia parte da atividade, mas hoje nós estamos conseguindo, pode se dizer, que escoar a produção. A gente vende o que produz, pouco, mas já ajuda na compra de sementes, instrumentos ou fazer um lanchinho.

Qual a importância desta oficina dentro do CAPS?

É a questão do cuidado, quando nós começa a cuidar um pouco daquilo que temos, começa a cuidar da natureza, nós acabamos por passar para eles a noção do autocuidado, dele poder estar se cuidando e sendo acolhido, que ele vai crescer como pessoa assim como aquela planta que ele está cuidando também

Como a comunidade Matense tem sido envolvida nessa oficina?

Nós temos um projeto de estar escoando essa produção lá na feirinha do parque da cidade que ocorre quinzenalmente, atualmente isso ainda não é feito, mais temos esse projeto junto com a SEAGRI de estar vendendo lá, passando o que a gente produz assim como acontece na oficina de artesanato. 

Dedicado a Anderson Felipe

Anderson foi um dos fundadores  do CAPS Digital, que sempre nos deixou livre para produzir. Sua identidade era nos inspirar para que t...